A Dança Sagrada dos Dervishes
Turquia
Mevlana Jalaluddin Rumi foi uma das grandes autoridades espirituais e um dos gênios poéticos da humanidade. Também foi o fundador da Ordem de Mevlevi Sufi e líder da Irmandade Mística Islâmica. Rumi nasceu em 1207, na cidade de Wakhsh – hoje Afeganistão. Fugindo da invasão e destruição dos Mongóis, Rumi e sua família viajaram pelas terras do Islã, realizaram a peregrinação até Meca e ao final se estabeleceram em Konya, na Anatólia. Quando seu pai morreu, Rumi o sucedeu como professor de ciências religiosas. O filósofo é conhecido como aquele que doou seu coração ao criador e nos ensinou seus seguidores a falar sempre de como amar toda a criação. Em suas palavras: “Escolha o amor como o caminho da sua vida, para que o amor também o escolha.” “Decidir dar seu coração completamente a Deus é o caminho mais curto para encontrá-lo.” “Ouvir a sua voz divina é buscar a beleza, a verdade, a bondade e a luz.” Rumi ensina que tudo está dentro do ser humano e todo universo está em seu controle quando se está em harmonia com Deus. Ele abriu um novo horizonte para os homens trazendo ensinamentos sobre a moral, a religião, a sabedoria e o conhecimento. Sua grande mensagem foi: “O homem é o mais honorável ser de toda a criação.” Sua crença abraça todas as línguas, credos, raças e cores, como símbolo do amor, da paz, irmandade e da tolerância. A Irmandade Mevlevi, que dá continuidade aos fundamentos de Rumi, baseia-se completamente no amor. Alguns de seus seguidores, chamados Dervishes, praticam uma dança circular chamada Sema, que simboliza uma viagem espiritual.
Sema – A Cerimônia da Dança Circular
Flauta, percussão e voz desenvolvem o chamado “Mutrip”, que faz a abertura da cerimônia. Após esta abertura os Dervishes tomam seus lugares no salão e ouve-se o som de um tambor, representado o divino comando “Ser”. Após isto, uma improvisação de flauta representa o espírito dado ao universo. Quando a improvisação musical acaba os Dervishes se saúdam em frente a uma pele de carneiro no chão, ela representa a divina verdade. Após a saudação os Dervishes retiram seus mantos negros simbolizando a morte do Ego e iniciam a dança com giros contínuos, que representam o nascimento da humanidade. Quando eles entram no circulo seus braços estão cruzados sobre o peito representando a unidade de Deus. Durante a dança os braços se estendem, a palma da mão direita se abre para cima e a palma da mão esquerda para baixo. Essa postura significa: “O que recebemos de Deus (mão direita) ao homem damos (mão esquerda), não guardamos nada para nós.” Como a lua e os planetas que dão voltas ao redor dos próprios eixos e ao redor do sol, os Dervishes giram circundando o salão. A dança representa o seu humano alcançando a realidade divina. Quatro ciclos são executados: Durante o primeiro ciclo os Dervishes alcançam todos os mundos e a grandiosidade divina. Eles estão livres das dúvidas e testemunham sua fé em Deus. No segundo ciclo a sua existência é dissolvida nessa divina unidade. No terceiro ciclo eles se purificam e alcançam um nível de maturidade. No quarto ciclo eles completam a unidade entre o ser terreno e o divino. Com o solitário som da flauta a cerimônia termina com cânticos do Alcorão. Toda a dança é somente uma etapa da viagem espiritual que continua na vida dos seguidores desta irmandade que buscam trazer o divino para suas vidas.
Sema – A cerimônia da dança circular;
Semazen – O Dervishe que executa a dança;
Itri – Oração executada durante a cerimônia;
Hirka – O manto negro;
Tennure – O figurino branco.
Fonte:
Mevlevi Sema Ceremony – Hodjapasha Dance Culture Center;
Suzi Ribeiro – entrevista com os músicos;
Alemdar – apresentação ao vivo da cerimônia.
Istambul – Turquia 2011.
http://www.youtube.com/Suziflordelotus25
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